sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Avaliação discente dos docentes

Demorou e começou mal


O Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos – PUCRCE foi instituído pelo Decreto nº 94.664 de 23 de junho de 1987. No mesmo ano a PORTARIA MEC Nº 475 DE 26.08.87 expediu normas complementares para a execução do PUCRCE, dentre elas a avaliação dos professores pelo corpo discente. No entanto esse quesito jamais foi levado muito a sério e as comissões de avaliação docente dão asas à imaginação quando se trata de preencher esse campo no parecer de progressão de um docente.

Foi animador quando a Pró-Reitoria de graduação anunciou a implementação institucional da tão esperada avaliação discente (existem procedimentos propostos em alguns departamentos) através do sistema SIGA (ver vídeo explicativo). Primeiramente, não se trata somente de avaliação do docente, mas também da disciplina – inserção no currículo, condições materiais, etc. No entanto, os alunos não são obrigados a responder ao questionário, no todo e em parte. Ou seja, o aluno tem sempre a opção de não responder a cada pergunta feita... Do ponto de vista estatístico o cadáver não poderia ser pior para autópsia.

Não há também maiores explicações sobre o que a PR1 irá fazer com os dados obtidos. Divulgar para os docentes? Encaminhar para as chefias? Ou apenas elaborar um relatório geral?

Certamente não deve ter sido a intenção da Pró-Reitoria, mas que parece um procedimento feito apenas para constar, desencorajando mais uma vez a análise séria da opinião dos alunos sobre as disciplinas. Uma lástima, porque a evasão e a retenção estão aumentando na UFRJ e nas demais universidades federais, carecendo-se de dados explicativos sobre essa tendencia.

Um comentário:

  1. Maria A. Silva - Letras UFRJ6 de novembro de 2010 às 16:53

    A avaliação discente é obrigatoria nos casos de estagio probatorio. Já quanto à progressão funcional, o mesmo formulario pode ser utilizado para coleta dos dados a serem incluídos na documentação anexada ao processo. Contudo, acho que, de fato, este procedimento nunca foi utilizado para melhoria das disciplinas, seja em seu aspecto programático ou didático. O problema dessa nova proposta é que o teor das avaliações poderá continuar restrito.

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